segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Solidão


Gotas de chuva lamentando seu cair
Ascendo a lareira e um charuto
Observando o tempo que passa lento,
respingando em minha janela
Frio que me cega de medo,
os dedos cruzados e a fumaça que os cruza
Cinza está o dia, memorias perdidas
e sorrisos que se vão
Cinzas caídas no chão

Tão alto quanto desejo ir
Mais para fora do que para dentro

Vou sussurrar e te esperar
O tempo de uma eternidade para lembrar
E também para esquecer
Que nos trouxe até aqui

Um rio passando silencioso
Navegando em seu esquecimento
Trazendo pedras que brilham para olhos cegos

Um pequeno desejo para saciar a fome
Laços delicados para prender forças
Que desejam a liberdade
A realidade se tornando dura de mais
Para uma alma tão aveludada

Noite entediada dentro de si mesma
Procurando uma estrela para ver seu brilho
Uma lua para lhe iluminar
Gotejando tristezas
Sem lenços para acalmar

Livros contando as mesmas historias
Girando em uma realidade imutável
Felicidade criada para enganar,
para transformar e amenizar
Uma angustiosa solidão

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