terça-feira, 27 de novembro de 2012

O que restou

E o amor que era eterno o que virou?
Dobrou a esquina e me deixou
Virou as costas tristes e voou
Rumou pra o infinito eterno que encontrou

E o amor que era belo o que virou?
Um disfarce sorridente plenamente amargurado
Descontente de seus enganos
Fazendo para si mesmo, sozinho, novos planos

E o amor que era solido o que virou?
Uma poça secando ao sol
Uma luz fraca em antigo farol
Uma alegoria da agonia

E o amor que era puro o que virou?
Uma meretriz dizendo ser atriz
Um vingança sórdida e mórbida
Entorpecida de encantos jogada pelos cantos

E o amor que era meu o que restou?
Nada, apenas uma porta escancarada
Um asilo, um abrigo escondido
Um caminho insano perdido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário