sexta-feira, 15 de julho de 2011

Em tempo de lembrar Parte 1





Sentei em um barzinho, aqui na Cidade Baixa em Porto Alegre, a meia-luz do lugar deixava todos com um semblante diferente, é curioso como a luz muda as coisas não? Pedi uma taça de vinho e me sentei em uma mesa no fundo do bar, as pessoas riam e conversavam, eu olhei em volta e tomei um pouco do vinho, bebia pensando na vida, nos meus conflitos, embebedava-me em lembranças, hora eufóricas, hora lastimantes. E aquela musica começou a tocar, ah! Eu me lembro dela, sim, vivida em minha mente, quando começou a tocar foi como se tudo ali mudasse, uma amigo certa vez disse que perfumes e musicas são maquinas do tempo, e foi no tempo que me perdi, O cenário inteiro mudou em minha mente, era como se eu não estivesse mais sentado ali, me vi em pé dançando e olhando nos olhos daquela pessoa que para mim foi tão especial, eu fiquei lá parado como um fantasma em minha própria mente, enquanto dançávamos e nos olhávamos, havia um grosso carpete sob nossos pés descalços, olhares de amor, que mudavam pra paixão, recitávamos cânticos eloquentes para propagar aquela emoção tão ardente e então parávamos, beijos chegavam, para nos transmutar e nos escondíamos dentro de nos mesmos, então deitávamos para descansar. As estações passavam por nós como carros na estrada, com muitas formas e cores diferentes, as vezes se repetiam mas nunca eram iguais.
Enquanto tocava a musica todos pareciam ter desaparecido a minha volta, suas inconveniêncas, seus comentários descatarveis, nada disso podia fazer, se quer, uma sombra na àquelas belas memorias. Aqueles poucos minutos duraram muito tempo para mim, mas logo tudo acabou... de novo.

Continua...

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